terça-feira, 11 de abril de 2017

Brooklyn

Esta é a história de Ellis, uma rapariga inteligente e esforçada que emigra de Irlanda, para a América mais especificamente Broklynn aparentemente o sítio para onde vão todos os irlandeses. Inicialmente é dificil adaptar-se graças as saudades de casa mas isso rapidamente passa ao conhecer Tony. Presente num baile irlandês, ele salva-a de ter de estar com a Dolores, a nova rapariga e juntos caminham em direção a sua casa. Marcaram encontro para o sábado seguinte e depois encontram-se no sábado a seguir e no a seguir. O tempo passou, a Ellis já estava habituada ao trabalho e as aulas de contabilidade estavam a correr muito bem então ela não teria de ficar no seu trabalho para sempre e o romance com o Tony está a levantar voo. E aí uma tragédia acontece e tudo muda. Eilis volta para a sua casa que na verdade ja não sabia como tal mas não sem antes se casar com Tony. O problema é, que agora voltou a casa e as oportunidades aparecem e um futuro aqui parece possível e assim Eilis se vem numa indecisão brutal.
Secalhar a história de vários avós que tiveram que imigrar para construir uma vida, secalhar a futura história de muitos jovens de agora, com a diferença de toda a importância do casamento. Por ser uma história que nós já conhecemos cria definitivamente uma empatia com Eilis, já todos sentimos saudades de casa e perdidos mas para tal também ajuda a elegante e emocionante interpretação de Saiorse Ronan, os olhos dela transmitem exatamente o que está a pensar no momento. Emory Cohen está excelente também não é dificil de perceber porque é que a Eilis se apaixonou por ele, Jenna Brennan é a mãe a sofrer da solidão, o seu peso sobre as costas é claro e a sua tristeza também. Comandado por um diretor que trata a história de uma maneira antiga mas especialmente delicada, o ambiente nos anos 50 é criado de uma maneira nostálgica com as cores vibrantes, a maquilhagem e toda a animação (é um prazer ver os fatos de banho, a antiga marca de coca cola, os óculos, os cabelos) conseguindo ao mesmo tempo que seja uma história universal não presa a qualquer a tempo. Não nos dá uma resposta muito convincente porque a maneira como é resolvido o conflito é muito desajeitada (com uma das vilãs mais caricatas) mas talvez não pudesse, talvez não houvesse uma resposta certa. Cada um tem uma opinião própria, nada é certo, mas no meio de tanta dúvida ficamos felizes pela Eilis ter encontrado o seu lar.
É um deleite.

Elenco: Saiorse Ronan (Grand Budapest Hotel, Expiação), Emory Cohen (Como um Trovão, OA), Domhnall Gleeson (Ex- Machina, Dá tempo ao tempo)
Dirigido: John Crowley e escrito por Nick Hornby adaptado do livro de Colm Tóibín do mesmo nome
Ano: 2015

Curiosidades:
  • Saoirse Ronan estava a receber uma manicura em Dublin quando ele descobriu que ela recebeu uma nomeação dos Globos de Ouro para a sua atuação no filme. No meio de toda a excitação, ela comprou champagne para toda a gente no salão;
  • Ronan queria manter o fato de banho verde usado no filme. O diretor brincou que o fato estava preso numa licitação entre a assembleia de Brooklyn e Irlanda, e que a última a queria usar como a nova bandeira nacional;
Trailer

domingo, 9 de abril de 2017

Forrest Gump

Num tempo onde todos lutavam uns com os outros, onde se começavam a falar de questões relacionadas com o sexismo, o racismo, a guerra e a desnecessecidade para tal na América, crescia em Alabama Forrest Gump. Um homem que nasceu atrasado por assim dizer, um pedaço de inocência e de bondade lançado no mundo, e que teve uma vida particularmente interessante. Nasceu aleijado mas ainda criança libertou-se das suas chapas e passou a correr como o vento, mas não antes de mostrar a um simpático jovem que esteve uns tempos com ele e a sua mãe como dançava, homem que mais tarde ele descobriu ser Elvis Presley. Na faculdade, entrou na equipa de futebol americana, conheceu o presidente Kennedy e teve a oportunidade de lhe comunicar quando estava cara a cara com ele que tinha de ir fazer chichi, ele também esteve lá quando foram admitidos pela primeira vez dois negros numa faculdade de brancos. Mais tarde decidiu que o seu futuro iria passar pelo militar, ironicamente era a perfeição para ele, lá conheceu o seu melhor amigo Bubba com quem iria formar uma parceria no negócio do camarão assim que saissem da guerra do Vietname. Enquanto fazia todos estas coisas pensava na Jenny, a sua melhor amiga e verdadeiro amor desde sempre, a princesa da história. Uma menina que sofreu com violações fisicas e verbais do pai, que ficou encarregada a uma avó com quem tinha problemas e mal se viu livre já não tinha como escapar dos seus traumas. Ela andava por todo o lado, ela ia vivendo com as pessoas que conhecia no caminho, um verdadeiro modelo da contracultura. Os dois iam se encontrado mas rapidamente se separavam. Forrest foi ainda um herói de guerra, inspirou o smile, uma das frases mais famosas de sempre, correu por 3 anos, etc.
Um clássico americano, um icone, que conta a história deste país durante várias décadas durante uns tempos dificeis e talvez os mais interessantes. Há dois dias vi um documentário sobre a televisão dos anos 70 por curiosidade produzido por Tom Hanks, que explicou o sucesso de Happy Days segundo percebi uma leve e engraçada sitcom inspirado nos anos 50, porque a população estava por aqui com assuntos sérios. O tempo em que se passa este filme... E alguns criticam-no por ceder a essa vontade que a população teria naquele tempo, de não falar seriamente das coisas que se passam, curiosamente é uma das coisas que mais gosto. A maioria dos acontecimentos são contados numa paragem de autocarro para quem quer ouvir, o movimento hippie, da guerra do vietname, de vários assassinatos, de uma maneira engraçada, inocente mas inteiramente prespicaz é uma delicia ouvir as histórias do Forrest, nem parece ser o que se dá nas aulas de historia. Na crítica do ccine 10 e de Ebert estava escrito como a Jenny que pode representar a sociedade da contracultura anda separa de Forrest que segue o caminho que a vida lhe indica se juntam no final quase como uma harmonia perfeita, quando o país está finalmente em paz. Um final poético que sim tem coisas a dizer, simplesmente de uma maneira bonita. 
Se Robert Zemeckis sabe fazer algo é, para além de fazer bons filmes com o Tom Hanks, efeitos especiais com que conseguiram incluir Hanks em momentos históricos na televisão, ele está lado a lado com Jonh Lennon, ele aperta aos mãos de vários presidentes, (mostra o seu rabo a um deles, para que teres tanto trabalho se não for para criar momentos como estes), eles removeram pessoas, trabalharam com o pano verde,..., usaram a chrona key, etc, criaram bolas de pingpong em CGI. As interpretações são excelentes, temos também Gary Sinise, que ainda esteve com Hanks em outros dois filmes (o Gump tornou-se capitão e os dois foram astronautas), a química de ecrâ entre o par é excelente e ele dá uma profundidade importante, traz um dos sentimentos principais da época mais do que triste ele está perdido já não tem que fazer da vida. É um bocado dificil descrever que papel Tom Hanks está a fazer porque não há ninguém como Gump (como Roger Ebert disse) e por isso é tão especial. Claro, não é perfeito lá para a última meia hora já começamos a olhar para o relógio e por muito que leia e pesquise não entendo o propósito das cenas idênticas. 
Tem múltiplas interpretações, marcou uma história e faz parte de muitas vidas isso é o que grandes fazem, that´s all I have to say about it.

Elenco: Tom Hanks (O Resgate do Soldado Ryan, Terminal de Aeroporto), Sally Field (Papá para Sempre, Lincoln), Robin Wright (A Princesa Prometida, House of Cards), Gary Sinise (Apollo 13, A Espera de um Milagre)

Dirigido por Robert Zemeckis e escrito por Eric Roth adaptado do romance de Winston Groom
Ano: 1994

Curiosidades:
  • O discurso do Forrest no protesto em Washington contra a guerra do Vietname é, segundo Tom Hanks "Algumas vezes quando as pessoas vão para o Vietname, eles voltam para casa para as suas mães sem pernas. Algumas vezes eles não chegam a casa. Isso é uma coisa má. Isso é tudo o que eu tenho a dizer sobre o assunto;
  • Em todas as transições de idade de Forrest uma coisa permanece, a sua camisa azul;
  • Depois de muito pensar Hanks modelou o seu sotaque de acordo com o de Michael Humphreys que falava daquela maneira;
  • Uma das sequêcias deixadas de fora envolvia Forrest a correr para Martin Luther King Jr., Forrest distrai vários cães tentando ataca-lo e aos seus apoiantes, jogando ao apanha com eles;
  • O ator que interpreta o reporter que entrevista Gump quando ele está em Washington era um turista de Georgia. Enquanto lá estava com a sua mulher ele foi convidado a ler para o papel;
  • A cena em que Forrest corre durante 3 anos foi inspirado num acontecimento real. Em 1982, Louis Michael Figueroa, correu desde Nova Jérsia até São Francisco para sociedade americana do cancro, inspirando uma fala de Forrest Gump "Quando estou cansado, eu durmo. Quando tenho fome, eu como. Quando tenho de ir a casa de banho, eu vou".
Trailer (sem legendas)