segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Rei da Comédia

Martin Scorsese traz-nos a história de um aspirante a comediante no corpo de Robert DeNiro que parece ter a sua oportunidade quando consegue falar com Jerry Lanford, no final do seu show, e lhe pede para ele ouvir o seu trabalho. E a partir de agora, é apenas e só por isso que ele vai guiar a sua vida e todas as suas ações que vão chegar a lugares muito extremos. Uma sátira, uma comédia negra sobre o mundo do espetáculo as pessoas que só se importam com o dinheiro e com o teu trabalho, não contigo, as fãs loucas, as doentes personificadas na Masha (Sandra Benhard), as pessoas que acham que agora que és famoso tens de parar a tua vida para as atender (como quando a velhinha diz a Jerry para que ele fale com o seu familiar que está no hospital e quando ele recusa ela diz "Espero que apanhe cancro", algo que aconteceu com Jerry Lewis) e principalmente sobre o quanto é difícil de lá entrar e será que tanto trabalho vale a pena.
Jerry Lewis (secalhar a passar por muitas coisas já experienciadas?) está lindamente no papel do famoso algo egocêntrico comediante, Sandra também está bem e De Niro rouba o show neste psicopata que nós conseguimos simpatizar, é ele que nos ensina que mais vale ser The King só por uma noite do que idiota para o resto da vida. Fazem parte também Diahnne Abbott (na altura mulher de DeNiro) como Rita, como uma das miúdas mais populares da escola na sua altura a única que podia fazer par com o nosso rei. 
Perturbador, incomodativo, funciona melhor como um estudo de personagem, várias aliás personagens tão sozinhas, sem qualquer intenção de dar espaço e atenção aos outros, graças ao excelente roteiro de Paul D. Zimmermane a personagem de DeNiro que se vai desembrulhando e desembrulhando, não tão engraçado mas sim dramático e funciona bem como um thriller, Tony Randall participa neste trabalho de 1982 de Scorsese.
Não sei se é assim tão necessário como alguns dizem.

Curiosidades:
  • O diretor faz uma participação como diretor do programa e a mãe deste como a voz da mãe do Rupert, o advogado de Jerry é o verdadeiro advogado do diretor;
  • Lewis improvisou a cena "Sou só um ser humano" e ele e Bernhard improvisaram todos os momentos enquanto estavam juntos;
  • Martin disse "I probably should have not made the film" e que Spoiler Alert "I thought the movie was just a one-line gag: You won't let me go on the show, so I'll kidnap you and you'll put me on the show";
  • O nome inicial da personagem de Jerry era Bobby mas Lewis sugeriu que o seu primeiro nome ficasse para que eles pudessem filmar as reações das pessoas que o reconhecessem a passar, os únicos atores foram atores exceto a mulher ao telefone e o taxista.

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