terça-feira, 11 de abril de 2017

Brooklyn

Esta é a história de Ellis, uma rapariga inteligente e esforçada que emigra de Irlanda, para a América mais especificamente Broklynn aparentemente o sítio para onde vão todos os irlandeses. Inicialmente é dificil adaptar-se graças as saudades de casa mas isso rapidamente passa ao conhecer Tony. Presente num baile irlandês, ele salva-a de ter de estar com a Dolores, a nova rapariga e juntos caminham em direção a sua casa. Marcaram encontro para o sábado seguinte e depois encontram-se no sábado a seguir e no a seguir. O tempo passou, a Ellis já estava habituada ao trabalho e as aulas de contabilidade estavam a correr muito bem então ela não teria de ficar no seu trabalho para sempre e o romance com o Tony está a levantar voo. E aí uma tragédia acontece e tudo muda. Eilis volta para a sua casa que na verdade ja não sabia como tal mas não sem antes se casar com Tony. O problema é, que agora voltou a casa e as oportunidades aparecem e um futuro aqui parece possível e assim Eilis se vem numa indecisão brutal.
Secalhar a história de vários avós que tiveram que imigrar para construir uma vida, secalhar a futura história de muitos jovens de agora, com a diferença de toda a importância do casamento. Por ser uma história que nós já conhecemos cria definitivamente uma empatia com Eilis, já todos sentimos saudades de casa e perdidos mas para tal também ajuda a elegante e emocionante interpretação de Saiorse Ronan, os olhos dela transmitem exatamente o que está a pensar no momento. Emory Cohen está excelente também não é dificil de perceber porque é que a Eilis se apaixonou por ele, Jenna Brennan é a mãe a sofrer da solidão, o seu peso sobre as costas é claro e a sua tristeza também. Comandado por um diretor que trata a história de uma maneira antiga mas especialmente delicada, o ambiente nos anos 50 é criado de uma maneira nostálgica com as cores vibrantes, a maquilhagem e toda a animação (é um prazer ver os fatos de banho, a antiga marca de coca cola, os óculos, os cabelos) conseguindo ao mesmo tempo que seja uma história universal não presa a qualquer a tempo. Não nos dá uma resposta muito convincente porque a maneira como é resolvido o conflito é muito desajeitada (com uma das vilãs mais caricatas) mas talvez não pudesse, talvez não houvesse uma resposta certa. Cada um tem uma opinião própria, nada é certo, mas no meio de tanta dúvida ficamos felizes pela Eilis ter encontrado o seu lar.
É um deleite.

Elenco: Saiorse Ronan (Grand Budapest Hotel, Expiação), Emory Cohen (Como um Trovão, OA), Domhnall Gleeson (Ex- Machina, Dá tempo ao tempo)
Dirigido: John Crowley e escrito por Nick Hornby adaptado do livro de Colm Tóibín do mesmo nome
Ano: 2015

Curiosidades:
  • Saoirse Ronan estava a receber uma manicura em Dublin quando ele descobriu que ela recebeu uma nomeação dos Globos de Ouro para a sua atuação no filme. No meio de toda a excitação, ela comprou champagne para toda a gente no salão;
  • Ronan queria manter o fato de banho verde usado no filme. O diretor brincou que o fato estava preso numa licitação entre a assembleia de Brooklyn e Irlanda, e que a última a queria usar como a nova bandeira nacional;
Trailer

domingo, 9 de abril de 2017

Forrest Gump

Num tempo onde todos lutavam uns com os outros, onde se começavam a falar de questões relacionadas com o sexismo, o racismo, a guerra e a desnecessecidade para tal na América, crescia em Alabama Forrest Gump. Um homem que nasceu atrasado por assim dizer, um pedaço de inocência e de bondade lançado no mundo, e que teve uma vida particularmente interessante. Nasceu aleijado mas ainda criança libertou-se das suas chapas e passou a correr como o vento, mas não antes de mostrar a um simpático jovem que esteve uns tempos com ele e a sua mãe como dançava, homem que mais tarde ele descobriu ser Elvis Presley. Na faculdade, entrou na equipa de futebol americana, conheceu o presidente Kennedy e teve a oportunidade de lhe comunicar quando estava cara a cara com ele que tinha de ir fazer chichi, ele também esteve lá quando foram admitidos pela primeira vez dois negros numa faculdade de brancos. Mais tarde decidiu que o seu futuro iria passar pelo militar, ironicamente era a perfeição para ele, lá conheceu o seu melhor amigo Bubba com quem iria formar uma parceria no negócio do camarão assim que saissem da guerra do Vietname. Enquanto fazia todos estas coisas pensava na Jenny, a sua melhor amiga e verdadeiro amor desde sempre, a princesa da história. Uma menina que sofreu com violações fisicas e verbais do pai, que ficou encarregada a uma avó com quem tinha problemas e mal se viu livre já não tinha como escapar dos seus traumas. Ela andava por todo o lado, ela ia vivendo com as pessoas que conhecia no caminho, um verdadeiro modelo da contracultura. Os dois iam se encontrado mas rapidamente se separavam. Forrest foi ainda um herói de guerra, inspirou o smile, uma das frases mais famosas de sempre, correu por 3 anos, etc.
Um clássico americano, um icone, que conta a história deste país durante várias décadas durante uns tempos dificeis e talvez os mais interessantes. Há dois dias vi um documentário sobre a televisão dos anos 70 por curiosidade produzido por Tom Hanks, que explicou o sucesso de Happy Days segundo percebi uma leve e engraçada sitcom inspirado nos anos 50, porque a população estava por aqui com assuntos sérios. O tempo em que se passa este filme... E alguns criticam-no por ceder a essa vontade que a população teria naquele tempo, de não falar seriamente das coisas que se passam, curiosamente é uma das coisas que mais gosto. A maioria dos acontecimentos são contados numa paragem de autocarro para quem quer ouvir, o movimento hippie, da guerra do vietname, de vários assassinatos, de uma maneira engraçada, inocente mas inteiramente prespicaz é uma delicia ouvir as histórias do Forrest, nem parece ser o que se dá nas aulas de historia. Na crítica do ccine 10 e de Ebert estava escrito como a Jenny que pode representar a sociedade da contracultura anda separa de Forrest que segue o caminho que a vida lhe indica se juntam no final quase como uma harmonia perfeita, quando o país está finalmente em paz. Um final poético que sim tem coisas a dizer, simplesmente de uma maneira bonita. 
Se Robert Zemeckis sabe fazer algo é, para além de fazer bons filmes com o Tom Hanks, efeitos especiais com que conseguiram incluir Hanks em momentos históricos na televisão, ele está lado a lado com Jonh Lennon, ele aperta aos mãos de vários presidentes, (mostra o seu rabo a um deles, para que teres tanto trabalho se não for para criar momentos como estes), eles removeram pessoas, trabalharam com o pano verde,..., usaram a chrona key, etc, criaram bolas de pingpong em CGI. As interpretações são excelentes, temos também Gary Sinise, que ainda esteve com Hanks em outros dois filmes (o Gump tornou-se capitão e os dois foram astronautas), a química de ecrâ entre o par é excelente e ele dá uma profundidade importante, traz um dos sentimentos principais da época mais do que triste ele está perdido já não tem que fazer da vida. É um bocado dificil descrever que papel Tom Hanks está a fazer porque não há ninguém como Gump (como Roger Ebert disse) e por isso é tão especial. Claro, não é perfeito lá para a última meia hora já começamos a olhar para o relógio e por muito que leia e pesquise não entendo o propósito das cenas idênticas. 
Tem múltiplas interpretações, marcou uma história e faz parte de muitas vidas isso é o que grandes fazem, that´s all I have to say about it.

Elenco: Tom Hanks (O Resgate do Soldado Ryan, Terminal de Aeroporto), Sally Field (Papá para Sempre, Lincoln), Robin Wright (A Princesa Prometida, House of Cards), Gary Sinise (Apollo 13, A Espera de um Milagre)

Dirigido por Robert Zemeckis e escrito por Eric Roth adaptado do romance de Winston Groom
Ano: 1994

Curiosidades:
  • O discurso do Forrest no protesto em Washington contra a guerra do Vietname é, segundo Tom Hanks "Algumas vezes quando as pessoas vão para o Vietname, eles voltam para casa para as suas mães sem pernas. Algumas vezes eles não chegam a casa. Isso é uma coisa má. Isso é tudo o que eu tenho a dizer sobre o assunto;
  • Em todas as transições de idade de Forrest uma coisa permanece, a sua camisa azul;
  • Depois de muito pensar Hanks modelou o seu sotaque de acordo com o de Michael Humphreys que falava daquela maneira;
  • Uma das sequêcias deixadas de fora envolvia Forrest a correr para Martin Luther King Jr., Forrest distrai vários cães tentando ataca-lo e aos seus apoiantes, jogando ao apanha com eles;
  • O ator que interpreta o reporter que entrevista Gump quando ele está em Washington era um turista de Georgia. Enquanto lá estava com a sua mulher ele foi convidado a ler para o papel;
  • A cena em que Forrest corre durante 3 anos foi inspirado num acontecimento real. Em 1982, Louis Michael Figueroa, correu desde Nova Jérsia até São Francisco para sociedade americana do cancro, inspirando uma fala de Forrest Gump "Quando estou cansado, eu durmo. Quando tenho fome, eu como. Quando tenho de ir a casa de banho, eu vou".
Trailer (sem legendas)

sábado, 18 de março de 2017

Filmes dos anos 90- Parte 7

última década do séc 20 trouxe as boy bands, e destaque a Nirvana, Pearl James e Michael Jackson entre outros, o primeiro livro da série Harry Potter, etc e foi também impactante no cinema.
Alguns dos filmes mais marcantes desta década são:

Trainspotting (1996)- A jornada de Mark Renton e os seus amigos pelo incrível mundo da heroína. Acompanhamos o seu dia-a-dia que consiste em desistir diversas vezes e voltar horas depois, roubar para se sustentarem, ir aos clubes, passear pelas ruas, e escapar das entrevistas de emprego (eles tem os cheques da segurança social). Renton (Ewan McGregor) tenta desistir mas com o bêbado psicopata Franco (Robert Carlyle), o obcecado pelo James Bond Sick Boy (Johnnu Miller) e o desastrado Spud (Ewen Bremner) outros "junkies" que tem como amigos acaba por ser complicado manter-se fora de problemas. Um filme totalmente anti-drogas mas não num jeito de sermão, engraçado, perturbador, cheio de personagens não gostáveis mas carismáticas, crítica o sistema de Saúde, a sociedade (para que é que irão desistir da droga para as grandes televisões? ou para a fast food?) claro criticando o submundo também. O diretor tem estilo, a música pop acompanhada por cada uma dos melhores momentos, frammes como os de Renton a mergulhar na sanita, tem cenas bem incomodativas e dificeis de assistir (deviam mostrar a recuperação do Renton no seu quarto ás crianças para as manterem afastadas das drogas) é rápido, totalmente subsirvo e fervoroso.

Os Condenados de Shawshank (1994)- Quando Andy entra pelas portas de Shawshank, Red, preso há 20 anos repara imediatamente nele e aos poucos forma-se uma bela amizade, que dará ao inocente o necessário para ter esperança. Vai-se entretendo com os cursos que dá, o seu projeto e hobby, solitária.. O mundo é injusto, os inocentes estão presos e verdadeiros criminosos à solta, e por isso sempre é tão delicioso ver os filhos da mãe a aprenderem "O julgamento dele virá mais depressa do que pensas..". Vemos também as condições destes sítios, que na verdade envês de tornar os prisioneiros em cidadãos que reentrarão na sociedade, destroem-lhes a alma e toda a vontade ao ponto dos próprios não quererem sair. Por isso, o sentimento de revolta não nos larga e o de horror também (cuidado com o susto pregado pelo diretor Dara ai para o fim). No elenco está Tim Robbins, homem calmo "sem uma preocupação no mundo" tanto que assusta alguns e surpreende outros, Morgan Freeman, o homem mais sábio e sensato de lá, talvez a minha dupla preferida de sempre, Bob Gunton, James Whtimore, etc. Adaptado de uma short story de Stephen King, nomeado para 9 óscares entre eles melhor filme. Ninguém está mal, inspirador (literalmente diz enfrentem a merda e chegarão ao vosso destino) e realista, com o final mais prazeroso do mundo, daquelas que não morrem.


A Vida em Direto (1998)- Aos olhos d'um mundo que não quer mais atores e efeitos especiais, um mundo que quer a realidade, que quer pessoas a reagir sinceramente a um momento, cresceu Truman. Já nasceu estrela de televisão vigiado por todo o lado,  sem ter qualquer ideia. Adulto, Truman começa a desconfiar da verdade quando associa uma luz caída, o desaparecimento estranho do amor Sylvia (Natascha McElhone) que nunca esqueceu, entre muitas outras coisas. É aterrorizante, mentiram-lhe toda a vida, os próprios pais, criaram-lhe medos e grandes traumas, tornando-o apenas num brinquedo nas mãos do entretenimento. Acabamos a pergutarmo-nos será que a nossa realidade também é uma mentira, será que estamos a ser vigiados também (sim, pela cia mas é outra conversa), se nós descobrissemos que a nossa realidade é uma mentira quererimos mesmo mudá-la?, muitaas questões. Todas as decisões de direção são tomadas para que o filme se sinta um reality show, notam-se as câmaras, temos direto e absoluto contacto aos sentimentos de todos e de cada um e assim refletimos se não estamos a caminhar para lá.  Clicando no play entramos numa viagem intensa, emocionante e eventualmente motivador sobre a busca de Truman pela verdade. Audacioso filme, cheio de excelentes interpretações, definitivamente um marco na história, protagonizado por Jim Carrey, concerteza um dos mais acertados para o papel.


sábado, 4 de março de 2017

Vicky Cristina Barcelona

Em Barcelona, estão duas americanas em férias. As amigas, Cristina, que veio para fugir do fracasso do filme em que tanto trabalhou e talvez para encontrar novos amores e Vicky, vem nesta viagem para estudar mais sobre o curso em que se está a formar identidade catalã. Quando no salão de arte em que estão com Judy e Mark parentes afastados da Vicky, Cristina avista exatamente aquilo que procura Juan Antonio, um pintor com uma vida conturbada ex-marido de alguém que o tentou matar, então mais tarde quando ele a convida e a sua amiga para irem a Oviedo com ele, enquanto Vicky a mais com os pés na terra recusa, Cristina já está a imaginar a aventura.
Nesse fim-de-semana a Vicky passa a gostar mais de Juan e depois da Cristina ter de ficar de cama, ela percebe o quanto gosta dele. Mas ela vai casar e como Juan não se quer intrever no casamento, ele salta para a Cristina. Os dois acabam-se por dar bem, eles falam a mesma linguagem a do sentimento, da vida insegura, rebelde, ao contrário do que a sociedade pensa achar certo. Tudo estava a correr bem, Cristina estava a achar que sentia que tinha finalmente encontrado o que queria (menos para a Vicky que agora sentia que a sua segurança Doug não era o que ela queria) até que chega Maria Elena, a sua ex-mulher maravilhosa mas com quem o seu relacionamento não resultava, visto ela ser problemática. 
Em paisagens espanholas, ambientadas pelas obras de Gaugin, Miró, temos uma confusão no amor, todos os conceitos dão errado, como em muito filme de Allen tudo dá errado. Vicky descobre que algo seguro talvez não chegue, ficando perdidamente a sonhar com o pintor, Cristina não quer a relação a três em que se meteu, mesmo não sabendo o que quer mas tem a perfeita noção do que não quer mais e Antonio parece fadado a não conseguir dar certo com ninguém. Afiadas questões sobre as relações, o amor e a vida, tudo isto acompanhado da guitarra espanhola, por qual Vicky estava muito apaixonado. Scarlett traz a sensualidade e perversidade para uma personagem aventureira, Bardem é o típico artista torturado com a barba por fazer, que se resignou que a vida não tem qualquer sentido (ambos foram os primeiros a serem pensados para os seus papéis), Rebeca Hall está muito bem na "pessoa normal" e Cruz vive a cima das expectativas criadas por Juan Antonio desde que aparece, todo o cast tem uma química e energia perfeita. 
Estamos rodeados por arte, belas sítios, boa música, e uma boa aventura. Vamos ter a sensação já vi isto várias vezes mas eu garanto é uma boa companhia.

Elenco: Scarlett Johansson (Rapariga com Brinco de Pérola), Penélope Cruz (Voltar), Rebeca Hall (O Terceiro Passo), Javier Bardem (Mar Adentro), Patrícia Clarkson (Ela é Fácil), Chris Messina (Argo)
Escrito e dirigido por Woody Allen
Ano: 2008

Curiosidades:
  • Javier Bardem e Penélope Cruz interpretam um casal divorciado no filme. Na vida real eles começaram uma relação enquanto trabalhavam no filme e casaram em Julho de 2010;
  • Para as cenas em que Juan e Maria falam espanhol um com os outros, os atores foram encorajados para improvisar;
  • O filme inclui várias pinturas pelo artista catalão Agusti Puig. Puig foi contratado para criar uma pintura para o filme, e o resultado foi La Protectora mas não foi usado no set;

Trailer (sem legendas)

sexta-feira, 3 de março de 2017

Cinema dos anos 50/60- Parte 3

As últimas décadas da era de ouro do cinema com a música clássica a acompanhar cada cena e que trouxe dos mais brilhantes romances, musicais, dramas e tudo mais. Algumas das obras que ficaram para a história foram:

A Minha Linda Lady (1964)- Com maravilhosos números (vou me lembrar de I could have dance all night para sempre) este lindo e voraz crítico das diferenças sociais, etc, musical foi protagonizado por Audrey Hepburn (memorável) como uma vendedora de flores encontrada por o famoso linguista Professor Henry Higgins (Rex Harrison) um amante fervoroso do inglês que apostou com o Conde Pickering (Wilfrid Hyde-White) que conseguíria em seis meses torná-la uma lady e levá-la para uma festa no palácio onde ela não seria desmascarada. Brilhante até aos ultimos 50 minutos que são desnecessários mas merecedor vencedor de melhor filme, melhor ator, entre outros prémios técnicos graças a tão lúdica, colorida (o que este musical mais tem cor) maneira que distinguem um mundo do rico e do pobre. 

Psico (1960)- Alguns dizem a obra-prima de Alfred Hitchcock, tem como protagonista Marion Grane (Janet Leigh), uma secretária que rouba dinheiro do chefe num impulso, para poder se casar com o namorado Sam Loomis (John Gavin). Quando a caminho da sua loja para, por causa do mau tempo, no Bates Motel. As únicas pessoas que lá estão são uma mãe mentalmente desabilitada e o filho Norman (Anthony Perkins) (personagem em que é focado a excelente série com Freddie Highmore) que vive para ela e o embalsamento de pássaros. Mais tarde Marion é dada como desaparecida e Arbogast (Martin Balsam um detetive é contratado para a encontrar, rapidamente todo começa a apontar para o nervoso, inseguro Bates. É um pesadelo a preto e branco, dividido em 2 partes a 1ª uma fuga, outro um mistério envolvendo um estranho homem. Nomeado para melhor atriz, diretor, cinematrografia e direção de arte, (porque não banda sonora?) é um brilhante horror/thriller necessário com um dos finais mais wtf de sempre.

A Roda da Fortuna (1953)- Fred Astaire é Tony Hunter uma estrela de cinema e dançarino famoso esquecido pelo público é posto numa peça com uma jovem que dizem com um futuro brilhante pela frente, um espetáculo governado por Cordova (Jack Buchanan). Este insiste em transformar a leve e divertida peça escrita pelos amigos de Hunter (Oscar Levant e Nannete Fabray) num tragédia. E dias dificeis vem pela frente na carreira desta estrela cadente (curiosamente exatamente como estava Astaire na época). Oh!, os musicais a moda antiga os deliciosos números de dança, as animadas cantorias, que Vincent Minneli homenageia quase adivinhando o fim do musical que dá lugar as obras de mais substância. Honra estes filmes leves sem uma grande mensagem (nenhuns Faustão) mas que divertem e fazem felizes toda a gente. Exatamente como a peça destes esta é uma diversão que mais tarde não nos lembraremos, estrelado por Cyd Charisse que não se deixa ofuscar pelo grande nome do filme (que faz grandes momentos como a Shine in your Shoes).

quarta-feira, 1 de março de 2017

A Corda

"Bom e mau foram feitos para os homens vulgares que precisavam deles", frase esta proferida pelo mesmo homem que acredita que os privilegiados os superiores, tem todo o direito de assassinar aqueles de vidas insignificantes, no filme de 1948 de Hitchcock, um dos "perdidos" do diretor. Um dos que fazem parte dos que o diretor comprou os direitos para que as suas obras não fossem vistas de maneira alguma, e o público só voltou mesmo a vê-las com a sua morte na década de 80. Este é sobre Philip e Brandon que cometem o crime perfeito, assassinaram o seu amigo David sem falha alguma, pelo simples prazer de o fazer. Levemente baseada na história dos dois famosos homicidas Nick Loeb e e Nathan Leopold, é passada na festa que os protagonistas dão para celebrar o seu crime. Os convidados são o pai e tia de David (Cedrick Hardwicke e Edith Evanson), a amiga Janet (Joan Chandler)  que estava praticamente de casamento marcado com David, o seu amigo Kenneth (Douglas Dick) ex-namorado de Janet, e um antigo professor dos dois homicidas, que sempre lhes ensinou " O homicídio é um crime para uns e um privilégio para outros". Temos John Dall com um particular senso de humor mórbido, com um sádico personagem, carisma para dar e vender tal como autoconfiança e em contraponto Farley Granger, completamente assustado, durante todo o filme está a morrer de medo de ser apanhado, em posição defensiva. James Stewart está aqui também como a antigo professor dos assassinos que serve como um detetive, personagem que nem nós nem eles sabemos como vai reagir se ou quando descobrir a verdade. Baseado numa peça de teatro o diretor insiste em fazê-lo parecer como tal gravando-o com longos planos de sequência, não normal para a época, algo que mais tarde foi descrito como uma exibição pelo próprio diretor, uma experiência que não deu certo algo que praticamente todo o mundo discorda. É também passada em tempo real os 80 minutos são o tempo do jantar (exceto um salto de 20 minutos que nem o mais minucioso repara). Nós somos levados para este jantar com interessantes personagens, particularmente um incrivelmente vil e narcisista no entanto charmoso, queremos saber quando e como vai resultar a sua experiência, e entretemo-nos com o jogo de rato e gato entre Brandon e Rupert acaba, o primeiro vai dando pistas ao outro já que quer que ele saiba o que aconteceu mas quer que ele descubra sozinho. Seguimos em frente graças a um prespicaz diálogo que aos poucos vai revelando novas coisas e carismáticas performances. 
Chegamos a passar pelo amigo aborrecimento, mesmo com o mestre do suspense a comandar graças a durante todo o filme não sentirmos qualquer espécie de intriga ou mistério no ar, porque ninguém menos Rupert desconfia deles (e até esse demora um bocado), eles estão sempre a falar que o Brandon tem algo a ver com o desaparecimento do David mas nunca sentimos que estão prestes a descobrir como. O roteirista Arthur Laurents a quem originalmente o diretor tinha dito que não mostraria o assassinato no inicio criando a dúvida se eles cometeram mesmo um homicidio ou se a arca tinha um corpo, secalhar teria sido uma melhor opção. É essencialmente a obra certa para observar uma mestria técnica, muito a frente do seu tempo que chega ao ponto de conseguir fingir toda uma cidade num estúdio.

Curiosidades:
  • Primeiro filme colorido de Alfred Hitchcock;
  • Foi banido num vasto número de cidades americanas graças a ligeiramente insinuada homossexualidade de Philip e Brandon;
  • Arthur Laurents diz que o elenco costumava tratar a atriz que interpretou a empregada como tal;
  • Como o tempo de filmagem era tão longo, toda a gente fez o possível para não cometer qualquer erro, uma camera dolly chegou a passar por cima de um cameraman, mas para continuar a filmagem ele foi silenciado e afastado. Noutro momento, uma mulher poisa os seus óculos mas engana-se e não a mete na mesa. Uma mão teve de a apanhar antes que batesse no chão. Ambos filmagens manteram-se nos cortes finais;
  • Hitchcock faz uma cameo, caminhando ao longo da rua durante os créditos inicias, o seu perfil aparece também numa publicidade neon visovel pelo apartamento aproximadamente no minuto 55.
Trailer (sem legendas)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Oscares 2017- Melhor Filme-Parte 2

Mesmo com todas as críticas feitas o Oscar é ainda o mais amado acontecimento de todos os amantes de cinema, e com ele chegam as muitas maratonas, discussões e apostas. E também eu faço parte aqui vai o que penso dos presentes na categoria melhores filmes.

Manchester by the Sea- Na límpida e branca (gelada) Manchester passa-se algo terrível um adolescente acaba de perder o seu pai, acabando aos cuidados do seu tio, um faz-tudo que vive em Boston, profundamente perturbado por um terrível erro do passado. Juntos irão tratar de todas as burocracias, advogados, pápeis, funerárias, sem tentar perder a cabeça, porque literalmente tudo está a pedir para isso. Um dos filmes mais melancólicos que alguma vez vi, onde personagens perturbados se encontram e se esforçam para comunicar: Casey Affleck, a mãe, Willams que está excelente que aparece pouco mas tem uma cena incrivel, a mãe ex-alcoólica Elise Chandler (Gretchen Mol) que não sabe como lidar com o filho, entre outros e Lucas Hedges, com uma interpretação leve e engracada, que o filme precisava. Dirigido e escrito por Kenneth Lonergano, tem uma linda cinematografia, cheio de situações estranhas incómodas para todo o lado, suponho tal como a vida. Diferente, humano, eles esquecem-se de onde meteram o carro, os telefones não funcionam (noutro filme seria usado como o instrumento de roteiro). Um humor azedo, no meio de total desgraça, um filme comovente sobre o luto (e como e dificil/impossivel de ultrapassar). Acho que se estende demais, não é um dos meus preferidos, mas claro tem de ser visto.


Vedações- Tem como protagonistas Maxson, um homem esgotado que passou por muito, não acreditando mais que as coisas podem mudar e Rose uma mulher que se deu pelo seu marido que investiu toda a sua vida naquele casamento e na sua família. Troy foi um ladrão, ficou sem o seu filho e foi preso, ele encontra o seu porto seguro no lar que constroi com Rose, que mais tarde abala, e várias questões conjugais surgem. Fala também de Gabriel (Mykelti Williamson), mentalmente perturbado depois de ter participado na segunda guerra, Lyons (Russel Ornsby) um músico esforçando-se para perseguir o que gosta, Cory (Joan Adepo) que procura a validação do pai assentindo-se assombrado por ele e Bono (Stephen Anderson) que está lá para dar algum juízo ao Troy. O verdadeiro prazer deste filme é ouvir e interiozar cada uma das coisas ditas por estas pessoas, que entram no ouvido e vão diretas para o coração, elevadas pelas interpretações excelentes de todo o elenco mas especialmente Denzel e Viola que captam perfeitamente o tormento e esgotamento das suas personagens (os de atuação é quase certo que este filme leva), para além da sucessiva descoberta de novos problemas, razões e segredos. August Wilson que reescreveu a sua peça para o cinema, não a a torma muito cinematográfica está sempre alguém a falar tornando-se cansativo. Mas de qualquer maneira repleto de poderosos momentos com importantes afirmações socias.

Hell or High Water- Custe o que Custar!- Dois cowbois tentam cumprir o seu plano de roubo, enquanto dois texas ranger os tentam prender, uma história já vista mas nunca um deles era um pai divorciado que não conseguiu pagar a sua pensão de alimentos, que executa o seu plano com o seu irmão Tanner comanche, solitário, ex-presidiário violento. Sempre uma tensão, perigo no ar, um filme que critica e cujo vilão é os bancos, sugadores de qualquer nota que cai nas mãos de alguém. São criminosos, um deles não tem qualquer problema em magoar se tiver de o fazer, mas nós gostamos dele até acreditamos que "os fins justificam os meios". Chris Pine traz uma personagem e sensível ao ecrã, Ben Forest está completamente assustador e Bridges para além da habitual interpretação excelente traz carisma para dar e vender, com cenas mais do que hilariantes com o companheiro indio-mexicano Alberto (Gil Birmingham). A acompanhar esta história temos uma fotografia selvagem por assim dizer, toda ao ar livre e uma soundtrack de Nick Cave e Warren Ellis que era só exatamente o que o filme precisava. Um road trip, crime e um drama com personagens de profunda dimensão, com um passado bem complicado, mas que nos vai sendo revelado subtilmente, graças ao roteirista Taylor Sheridan, divertido (muito), que ainda aborda discriminação, a solidão e os ciclos de pobreza a que alguns estão destinados.

Lion- A Longa Estrada Para Casa- Em 1986, uma criança de 5 anos perde-se do irmão Guddu na estação de comboios, ele foge a um traficante de crianças, vive nas ruas e passa por um orfanato até chegar a Sue e John Brierly que sempre quiseram adotar. Junto com ele, o casal traz para sua casa na Tasmânia Mantosh com vários problemas nervosos. 25 anos depois Saroo (Dave Patel) assombrado por lembranças da família que há muito não pensava tenta, sem se lembrar bem do nome da sua cidade ou do nome da sua mãe, procurar o seu outro lar com a nova invenção Google Earth. O Sunny Pawar (criança Saroo) é excelente quebra-nos o coração só olhando para a sua expressão confusa e perdida. Nenhuma palavra está a mais nesta obra de Garth Davis, adaptado da autobiografia de Saroo, um olhar é mais do que suficiente aqui com este talentoso elenco preenchido por Nicole kidman, Rooney Mara e David Wenham. Algumas coisas não tem realmente uma boa razão para acontecer, mas esta adaptação de Saroo Brierley consegue colocar dificeis problemas e levantar algumas questões numa história que habitualmente costuma ser bem simples. Não faz importantes afirmações, é apenas e só uma excelente embora confusa jornada de um homem em busca da sua família e identidade.

Provavelmente leva LaLaLand (a minha terceira escolha) ou Moonlight
Queria Hell or High Water ou Arrival

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Filmes sobre adolescente

Ah esta juventude de hoje em dia! Na minha época era diferente.. A essência adolescente porém mantém-se impulsividade, confusão, calão, não saber bem que dizer.

Edge of seventeen (2017)-Crescer ainda fica mais dificil para a anti-social adolescente Nadine quando a sua melhor-amiga começa a namorar com o seu irmão Darian (Blake Jenner, bom em tornar um estereotipo real) uma estrela desportista, popular e bom aluno. Sente-se mais sozinha do que nunca o que a leva a tomar decisões um tanto ou quanto exageradas/impulsivas. Até que a amizade com Erwin (Hayden Szeto) lhe dá a esperança de que talvez o mundo não esteja contra ela. Muito simples história mas com verdades ditas nunca antes, a realidade é palpável, muiiito engraçado (a maior parte nas cenas de Harrelson), e emocionante, com ações não baseada numa estrutura predefinida do género mas puramente nas intenções e desejos da personagem, excecionalmente construída com a interpretação de Hailee Steinfeld, que concentra em si alguém perdido, pessimista, com uma autoestima péssima, perversivamente divertida, e tão autocentrada.

The DUFF (2015)- Enquanto pensa que vivia num mundo melhor onde não há rotulos, Bianca apercebe-se da existência de"duff", traduzindo à letra a amiga feia e gorda designada. Sabendo que cai nesse rótulo Bianca decide largar as suas amigas mais atraentes e populares Jess e Casey, Skyler Samuels e Bianca Santos) e dar uma volta a sua imagem com a ajuda do vizinho que ama odiar Wesley (Robbie Amell). Com o tempo Bianca chega a última fase a aceitação apercebendo-se que somos todos duffes, há sempre alguém melhor que nós. Grande química entre o par principal cada um aacrescenta mais a interpretação do outro, engraçado sempre, com uma sacada fantástica no uso da internet, as amigas afastam-se quando começam a deixar de se seguirem nas múltiplas redes socias, o uso do vídeo, que já vimos mas não com o maravilhoso snapchat e os efeitos que tem, "what´s an hashtag?, etc") e entre as personagens e momentos que brincam com os clichés. Levemente inspirado no livro do mesmo nome de Kody Keplinger, com um ou dois instrumentos de roteiro péssimos, mas perdoável por personagens absoltutamente adoráveis.

Quase famosos (2000)- Um jovem de 15 anos tem a oportunidade de escrever para a Rolling Stones sobre uma nova banda os StillWater. Na sua tour conhece Penny Lane (Kate Hudson, radiante), entra no mundo sexo, drogas e rockn'roll no momento em que a música está a morrer. Uma autobiografia de Cameron Crowe, assente no espírito dos anos 70, com libertinos e libertinas desejosos da vida. Patrick Fugit é a criança inocente criada por uma professora de universidade, que não acredita na palavra não, no rock porque trazem as drogas, no Natal é comercializado, e agora é lançado num novo mundo e na realidade faz um excelente trabalho a descrevê-lo. Crowe faz um excelente trabalho. A fazer-nos conhecer "as ajudantes de banda" (Anna Paquin,etc), os rock n´roll as festas, o sentimento antes e depois dos concertos, é um filme de atmosfera e de roteiro, acompanhado de uma banda sonora excelente já uma marca do diretor e com dicersas cenas emblemáticas. Injeta amor e alma na sua possível obra-prima, repleta de cenas emblemáticas, que flui tão naturalmente, é um daqueles em que estamos sempre a descobrir mais alguma coisa sempre que virmos. Claro, não é um documentário não foi assim que as coisas aconteceram, mas ninguém lhe pediu tal.