domingo, 26 de fevereiro de 2017

Oscares 2017- Melhor Filme-Parte 2

Mesmo com todas as críticas feitas o Oscar é ainda o mais amado acontecimento de todos os amantes de cinema, e com ele chegam as muitas maratonas, discussões e apostas. E também eu faço parte aqui vai o que penso dos presentes na categoria melhores filmes.

Manchester by the Sea- Na límpida e branca (gelada) Manchester passa-se algo terrível um adolescente acaba de perder o seu pai, acabando aos cuidados do seu tio, um faz-tudo que vive em Boston, profundamente perturbado por um terrível erro do passado. Juntos irão tratar de todas as burocracias, advogados, pápeis, funerárias, sem tentar perder a cabeça, porque literalmente tudo está a pedir para isso. Um dos filmes mais melancólicos que alguma vez vi, onde personagens perturbados se encontram e se esforçam para comunicar: Casey Affleck, a mãe, Willams que está excelente que aparece pouco mas tem uma cena incrivel, a mãe ex-alcoólica Elise Chandler (Gretchen Mol) que não sabe como lidar com o filho, entre outros e Lucas Hedges, com uma interpretação leve e engracada, que o filme precisava. Dirigido e escrito por Kenneth Lonergano, tem uma linda cinematografia, cheio de situações estranhas incómodas para todo o lado, suponho tal como a vida. Diferente, humano, eles esquecem-se de onde meteram o carro, os telefones não funcionam (noutro filme seria usado como o instrumento de roteiro). Um humor azedo, no meio de total desgraça, um filme comovente sobre o luto (e como e dificil/impossivel de ultrapassar). Acho que se estende demais, não é um dos meus preferidos, mas claro tem de ser visto.


Vedações- Tem como protagonistas Maxson, um homem esgotado que passou por muito, não acreditando mais que as coisas podem mudar e Rose uma mulher que se deu pelo seu marido que investiu toda a sua vida naquele casamento e na sua família. Troy foi um ladrão, ficou sem o seu filho e foi preso, ele encontra o seu porto seguro no lar que constroi com Rose, que mais tarde abala, e várias questões conjugais surgem. Fala também de Gabriel (Mykelti Williamson), mentalmente perturbado depois de ter participado na segunda guerra, Lyons (Russel Ornsby) um músico esforçando-se para perseguir o que gosta, Cory (Joan Adepo) que procura a validação do pai assentindo-se assombrado por ele e Bono (Stephen Anderson) que está lá para dar algum juízo ao Troy. O verdadeiro prazer deste filme é ouvir e interiozar cada uma das coisas ditas por estas pessoas, que entram no ouvido e vão diretas para o coração, elevadas pelas interpretações excelentes de todo o elenco mas especialmente Denzel e Viola que captam perfeitamente o tormento e esgotamento das suas personagens (os de atuação é quase certo que este filme leva), para além da sucessiva descoberta de novos problemas, razões e segredos. August Wilson que reescreveu a sua peça para o cinema, não a a torma muito cinematográfica está sempre alguém a falar tornando-se cansativo. Mas de qualquer maneira repleto de poderosos momentos com importantes afirmações socias.

Hell or High Water- Custe o que Custar!- Dois cowbois tentam cumprir o seu plano de roubo, enquanto dois texas ranger os tentam prender, uma história já vista mas nunca um deles era um pai divorciado que não conseguiu pagar a sua pensão de alimentos, que executa o seu plano com o seu irmão Tanner comanche, solitário, ex-presidiário violento. Sempre uma tensão, perigo no ar, um filme que critica e cujo vilão é os bancos, sugadores de qualquer nota que cai nas mãos de alguém. São criminosos, um deles não tem qualquer problema em magoar se tiver de o fazer, mas nós gostamos dele até acreditamos que "os fins justificam os meios". Chris Pine traz uma personagem e sensível ao ecrã, Ben Forest está completamente assustador e Bridges para além da habitual interpretação excelente traz carisma para dar e vender, com cenas mais do que hilariantes com o companheiro indio-mexicano Alberto (Gil Birmingham). A acompanhar esta história temos uma fotografia selvagem por assim dizer, toda ao ar livre e uma soundtrack de Nick Cave e Warren Ellis que era só exatamente o que o filme precisava. Um road trip, crime e um drama com personagens de profunda dimensão, com um passado bem complicado, mas que nos vai sendo revelado subtilmente, graças ao roteirista Taylor Sheridan, divertido (muito), que ainda aborda discriminação, a solidão e os ciclos de pobreza a que alguns estão destinados.

Lion- A Longa Estrada Para Casa- Em 1986, uma criança de 5 anos perde-se do irmão Guddu na estação de comboios, ele foge a um traficante de crianças, vive nas ruas e passa por um orfanato até chegar a Sue e John Brierly que sempre quiseram adotar. Junto com ele, o casal traz para sua casa na Tasmânia Mantosh com vários problemas nervosos. 25 anos depois Saroo (Dave Patel) assombrado por lembranças da família que há muito não pensava tenta, sem se lembrar bem do nome da sua cidade ou do nome da sua mãe, procurar o seu outro lar com a nova invenção Google Earth. O Sunny Pawar (criança Saroo) é excelente quebra-nos o coração só olhando para a sua expressão confusa e perdida. Nenhuma palavra está a mais nesta obra de Garth Davis, adaptado da autobiografia de Saroo, um olhar é mais do que suficiente aqui com este talentoso elenco preenchido por Nicole kidman, Rooney Mara e David Wenham. Algumas coisas não tem realmente uma boa razão para acontecer, mas esta adaptação de Saroo Brierley consegue colocar dificeis problemas e levantar algumas questões numa história que habitualmente costuma ser bem simples. Não faz importantes afirmações, é apenas e só uma excelente embora confusa jornada de um homem em busca da sua família e identidade.

Provavelmente leva LaLaLand (a minha terceira escolha) ou Moonlight
Queria Hell or High Water ou Arrival

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