sábado, 11 de fevereiro de 2017

Oscares 2017- Melhor Filme-Parte 1

Mesmo com todas as críticas feitas o Oscar é ainda o mais amado acontecimento de todos os amantes de cinema, e com ele chegam as muitas maratonas, discussões e apostas. E também eu faço parte aqui vai o que penso dos presentes na categoria melhores filmes.


Elementos Secretos- A história nunca contada de como três mulheres africanas/americanas definiram as primeiras viagens ao espaço. Elas são Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson, "computadoras" matemáticas que enfrentaram todos os obstáculos, que se interpunham nos seus direitos a terem o título que merecem tendo em conta o cargo que fazem, a oportunidade de estudar nos sitios que as levarão mais alto e um cargo equivalente as suas, com dignidade e força. Transmite bem o tempo onde é inserido e a ansiedade de cada um dos americanos de estes serem os primeiros a levar um homem a lua antes dos russos,é um feel good movie com uma soundtrack, cenário e figurino animado. Porém pergunto-me com uma história incrível, excelentes interpretações de carismáticas e famosas atrizes é difícil entender porque é que Theodore Melfi teve a necessidade de recorrer a tantos momentos mastigados, óbvios, facéis de mais, parece que uma história já estava feita e era só acrescentar os nomes e os factos da vida das personagens. Porém não é mau graças a Octavia Spencer, a Jonalle Monáe e a Taraji P. Henson, que dão densidade a estas personagens, e humanidade (e aqui o roteiro ajuda). Muitas vezes é engraçado, as interações entre o trio são fantásticas e é uma história muito mais do que importante e sim inspiradora e emocionante. É impossível não gostar deste filme só que podia ter sido muito melhor.

O Primeiro Encontro- Dra. Louise Banks (Amy Adams) uma linguista renomada é contratada pelo governo dos Estados Unidos para descobrir o que é que os chegados querem com a terra. E é no meio das pressões de diferentes fontes, a China que quer ir a guerra, os E.U que querem despachar o processo imediatamente, a população que já está a entrar em pânico, graças a falta de informação que está a receber. Com um tom bem escuro, sóbrio, misterioso tem a sua originalidade quebrada por um ou dois clichês (claro que era a China a que quer bombear tudo e os E.U os mais racionais), foi realizado por Denis Villeneuve de uma maneira fluida e precisa, os efeitos especiais e cenografia fantásticos, consistentemente temos tenção no ar, será que ela vai conseguir será que alguma coisa vai explodir e estragar tudo, o drama para saber o que se passa com ela, etc. Ainda fazem parte Forest Whitaker e Jeremy Renner a outra parte da teoria deste filme algo estranha(?), bem construída mas dificil de engolir e assim a terceira parte cai um pouco mas não deixa de ser brilhante. Um filme que não sai da sua cabeça facilmente, que o vai fazer pensar e debater, uma ficção que nunca é tratada como tal através dos dados cientificos, os protocolos militares. Talvez uma das melhores abordagens sobre a necesisdade da comunicação, aposto que leva o roteiro adaptado e de som.

O Herói de Hacksaw Ridge- Andrew Garfield interpreta Desmond Doss um objetor de consciência que decide inscrever-se na guerra não para não matar o inimigo mas salvar vidas. Inicialmente o seu batalhão dá-lhe problemas por ele não pegar em armas, tentam de tudo para que ele se vá embora. Mas ele fica e na batalha de Hacksaw salva mais de 70 soldados. Esta é a história real do único pacifista a ter ganho uma Medalha de Mérito do congresso norte-americano por serviços prestados à Patria. O terror, a violência da guerra neste drama é muito bem conseguido, amigos perdendo-se uns outros, tripas sangue por cima de outros soldados.. A maneira como eles ultrapassam o problema de ele não poder ir para a guerra veio bem ao calhas, aliás algumas partes do roteiro eram bem idiotas. Mas não todas, vários momentos serviam para realmente entrar na cabeça dos soldados, para criarmos empatia com eles e entendermos que a guerra não poupa ninguém, algo ajudado pela direção de Mel Gibson que te coloca lá dentro e não tem problema algum em dar pesadelos aos espectadores.Tem excelentes interpretações, Garfield está muito bom e Teresa Palmer é um bom par, consegue criar um conflito com o personagem principal e Hugh Heaving está bem também. É assim que se faz uma homenagem que se conta uma história de alguém incrível, não vinalizando o que lhe dificultou a vida, nem tornando-o num santo, mostrando-o apenas como alguém que não desiste das suas convicções, porque são essas que "fazem o homem".

Moonlight- Barry Jenkins conta-nos a história de um rapaz de Miami, o seu crescimento em ruas dificeis, com pessoas dificeis e uma mãe com muitos problemas (algo em comum com a vida do diretor), felizmente o rapaz podia contar com Juan (Maershala Ali, indicado para melhor ator coadjuvante) e Teresa (Janelle Monáe). Está divida em três partes a primeira em criança, Little (Alex Hibbert) que sofre com a perseguição dos colegas que lhe chamam "panasca"que ele nem entende o que é, Chiron (Ashton Sanders) aqui ele chega aos extremos com a perseguição dos seus colegas e transforma-se no Black (Trevante Rhodes), o produto duma infância com diversos problemas, a perda da doce criança para o gangster mauzão (soa como se fosse um estereótipo mas não é na verdade). Um filme de momentos, de excelentes interpretações, e realidades palpáveis, momentos emocionantes um atrás dos outros. Momentos crus, verdadeiros, acompanhados por uma poderosa trilha sonora de violino (que ás vezes só tá lá para tornar as sequências mais ao estilo arthouse, não sei não calhou bem para mim), e com um visual muito poético, muito a tempo do momento que estamos a viver. Como excelente par de Chiron está Kev (Andre Holland), grande química entre os dois, com uma das melhores cenas de reencontro com Stranger de Barbara Lewis à mistura e o um final causador do sorrisinho. Um low budget filme, nomeado para 8 óscares, o favorito de muitos, com Naomie Harris como uma grande aposta e que dizem estará numa grande luta com La La Land.


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