terça-feira, 13 de setembro de 2016

Eu, o Earl e a Tal Miúda

O finalista Greg (Thomas Mann) confortável na sua invisibilidade, a normalidade sem problemas, cujo o tempo livre é passado a fazer paródias dos seus filmes preferidos com o seu único amigo Earl (RJ Cyler), muda quando fica amigo de Rachel (Olivia Cooke) uma colega de escola diagnosticada com leucemia.
Thomas Mann (Projecto X: Fora de Controlo) interpreta um personagem algo auto-centrado, com pena de si mesmo, profundamente aterrorizado pelo confronto social e ao mesmo tempo inteligente, engraçado e algo carismático na realidade muito parecido com muitos dos adolescentes da minha larga espécie (pelo menos na primeira parte) e aos poucos revela-se gentil, generoso e doce. Olivia Cooke (Bates Motel), a rapariga doente, é isso mesmo exatamente, é difícil perceber como ela é o que é que ela gosta, essa personagem existe para a evolução de Greg, engraçado porque quando o protagonista assegura que ela não vai morrer ele diz isso apenas para nos acalmar, o que se não fosse por pena/empatia da rapariga doente nunca iríamos sofrer visto não a conhecermos muito bem. E RJ Cyler, no seu primeiro filme, é um divertido coadjuvante.
É o rapaz que conhece a rapariga com cancro, então é a culpa das estrelas? Não. Para começar não é sobre o casal apaixonadíssimo que tem de lidar com esta doença, é sobre uma amizade que sofre graças a este doença. Depois, ao contrário de A Culpa é das Estrelas (que gostei muito) não se esforça por nos fazer chorar (por vezes é bem possível ver que a adaptação de Green nos manipula, é pouco subtil), é com graçinhas com diálogos cómicos e reais que vive esta história e mesmo assim emocionamo-nos. Aposto que o mais sensível vai derramar muitas lágrimas, o meu pai vai de certeza. 
Este obra foi dirigida por Alfonso Gomez-Rejon (no seu segundo trabalho de direção no cinema depois de Assasssino Invisível) e escrita por Jesse Andrews, o autor do livro do qual esta foi adaptada, tenta e consegue quebrar todos os estereótipos destes filmes adolescentes e/ou de doenças terminais, uma das maneiras é especialmente irritante, mas também tenho de reconhecer inteligente. 
Foi justamente bastante premiado nos festivais, recomendo muito.

Curiosidades:
  • A casa do Greg é a casa de criança do diretor;
  • Este filme foi comprado pela Fox Searchlight por 12 milhões em Sundance em Janeiro de 2015. Foi a maior compra na história do festival;
  • A fotografia do Wolverine que a Rachel tem na parede é mesmo dubrada pelo Hugh Jackman;
  • Olivia rapou o cabelo para o papel;
  • "Ding-a-dong" a canção que o professor menciona é uma canção holandela que ganhou a Eurovisão em 1975.

Trailer

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