domingo, 11 de setembro de 2016

Melhor é impossível

O protagonista é o obssessivo compulsivo, homofóbico/antissemita/etc., escritor Melvin Duvall (Jack Nicholson) que por coincidências e acidentes se aproxima do seu vizinho artista homossexual Simon Bishop (Greg Kinnear) e da empregada de mesa do seu habitual restaurante Carol Connely (Helen Hunt). Passados alguns acontecimentos acabam os três a criar uma forte amizade e ajudar-se mutuamente.
Nicholson (Batman, Shining) faz um trabalho excelente, lembrei-me do Sheldon Cooper da Teoria do Big Bang que tem o mesmo problema, com o mesmo tom sarcástico ofensivo no caso de Mlvin racismo, homofobia e tudo mais e que, tal como o Melvin, de alguma maneira consegue fazer com que gostemos dele.
Kinnear (Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos, Você Tem Uma Mensagem) traz para o ecrã um artista que vê a sua vida a dar uma grande volta depois de algo grave se passar, que acontece ser gay, é uma personagem não rotulada, com quem empatizamos rapidamente. Hunt (O Náufrago, Soul Sourfer) faz uma mãe solteira com o filho doente, um dos papéis mais velhos do mundo mas ela torna-o especial, ela faz com que a personagem seja merecedora dos grandes elogios de Melvin.
Os pontos fortes não são a fotografia, as ideias inovadoras na direção, nem a grandiosidade, são as interpretações, os diálogos, os pequenos detalhes (e o Verdell , aquele cão é adorável) que juntos formam esta envolvente, doce, real em todo o seu irrealismo e humana comédia dramática romântica.
Foi dirigido e co-escrito por James L. Brooks (Os Simpsons, Laços de Ternura), inclui o vencedor de melhor ator coadjuvante de 97 Cuba Goolding Jr. (Uma Questão de Honra) e a vencedora nos anos 60 Shirley Knight (Escuro no Cimo das Escadas). Venceu melhor atriz e ator tanto nos globos como no Oscar e foi nomeado para categorias como melhor ator coadjuvante, melhor roteiro e melhor filme e está na lista dos 500 melhores filmes de todos os tempos da revista Empire.
É um filme para ver e rever, se não viu veja os 18 anos que podia ver e não o fez foram suficientes.

Curiosidades:
  • Não era suposto Jack beijar Helen, mas o diretor gritou-lhe "Beija, a homem" durante a cena;
  • A resposta de Udall à pergunta de como escreve mulheres tão bem é a resposta real dada pelo escritor John Updike a mesma pergunta;
  • Carol é suposto ter 44 anos, Hunt tinha 34 na época;
  • O cão Verdell foi representado por 6 cães da raça Brussels Griffons, chamados Timer the dog, Sprout, Debbie, Billy the dog, Parfait e Jill the dog, o último foi a estrela;
  • O nome original seria Old Friends/Velhos amigos o compositor da banda sonora Hans Zimmer foi quem sugeriu a mudança de nome;
  • Na cerimônia do Oscar 1998, quando seu nome foi anunciado como o vencedor do Óscar de Melhor Ator, Jack subiu ao pódio com todo o cuidado a andar como a sua personagem. Nicholson dedicou o seu Óscar à sua co-estrela em Uma Questão de Honra J.T. Walsh que morreu pouco antes da cerimónia;
  • O filme faz referência a Uma Linda Mulher, ao Último Tango de Paris e aos quadros de Degas;
  • Depois da frase "os animais usados no filme não foram de nenhuma maneira maltratados" aparece "os atores usados neste filme não foram de nenhuma maneira maltratados".
Trailer (sem legendas)

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