terça-feira, 19 de julho de 2016

A Rosa Púrpura do Cairo

Realizado por Woody Allen, responsável por Hollywood Ending, Meia-noite em Paris entre outras maravilhas do cinema, não fica para baixo das espectativas.
Passado na América na Época da Grande Depressão. Na altura em que ter um trabalho era um privilégio e que ter um que gostasses era inacreditável. A personagem principal Cecília (Mia Farrow- A Semente do Diabo, Ana e as suas irmãs) tinha de ficar tanto com um emprego mau como também o marido Monk (Danny Aiello- O Padrinho: Parte II, Era uma vez na América) que não a aprecia e que a agride física e verbalmente.
Chega o dia em que ela chega ao limite e decide sair de casa, o marido grita que sabe que ela vai voltar. Ela volta mesmo porque não tem sítio onde viver. Depois de ser despedida volta ao cinema e repete e repete e repete“A Rosa Púrpura do Cairo”.
Na quinta vez que Cecília repete o filme, o sonho de muitos de nós é realizado à Cecília, a sua personagem favorita sai do filme! E porquê? Está completamente apanhado por ela.
Thomas Baxter (Jeff Daniels- Perdido em Marte, Os 101 Dálmatas), é um personagem meigo, carinhoso que agora que está no “mundo real” e sonhador e esperançoso. Tanto que acaba por influenciar a Cecília. Os dois apaixonam-se e falam sobre um futuro
Ao mesmo tempo, os responsáveis pelo filme, os donos do cinema em que ele passa, entre outros, ficam em pânico porque não há maneira nenhuma de continuar a história sem Baxter. E o facto de este ter desaparecido num dos cinemas está a começar a afetar os outros que se esquecem das falas, para além de a pessoas começarem a pôr processos e pedirem o dinheiro de volta. Com este incidente causando vários problemas na carreira do ator Gil Sheperd (Jeff Daniels) que representa Thomas, ele decide voltar e resolver o problema.
Este filme, até praticamente ao final, tem um clima agradável, bonito, parece um sonho, tu poderia acontecer. No final, sem querer "spoilar" nada, as coisas não acabaram muito bem. Algo que Woody Alllen queria, aliás o final foi uma das únicas razões porque chegou a fazer o filme em primeiro lugar, porque a mensagem que tencionava passar é que a vida é insatisfatória, as coisas não são como nos filmes mas ao menos sempre os poderemos ver os ditos.
Este é um filme sobre a relação entre o espectador e o cinema e como quando as coisas estão más o cinéfilo usa esta arte, para catalisar as emoções para se maravilhar, para chorar etc.
Jeff Daniels conquista-nos com os seus personagens românticos e sonhadores, fica fácil o espectador perceber porque é que a Cecília se apaixonou por eles. Cecília é uma senhora a qual as coisas não estão a correr bem e por isso vai descarregar as mágoas no cinema vai sorrir lá. A mulher vai lá tantas vezes que o pessoal do cinema já a chama pelo nome e lhe fala dos filmes que vão aparecer nos dias seguintes, e Mia Farrow consegue encarná-la e fazer-nos gostar dela (por isso é que fiquei infeliz no final do filme).
Todo o elenco esteve bem, a banda sonora e a fotografia estavam ótimas, e o roteiro era sensacional.

Curiosidades:
  • A Rosa Púrpura do Cairo está entre os preferidos do Woody Allen realizados por ele;
  • Viggo Mortensen (O Senhor dos Anéis, A Walk on the Moon), revelou numa entrevista que estava muito orgulhoso de ter participado com um pequeno papel neste filme num momento difícil. Por isso, ele levou toda a sua família a ver o filme e depois descobriu que todas as suas cenas foram cortadas.

Espreitem o trailer (não encontrei um legendado)
 


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